sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Atenção! PRÉ-INSCRIÇÕES

Quem não estiver conseguindo abrir a Ficha de Pré-Inscrição pelo link poderá solicitá-la através do e-mail do coral:


O candidato pede por esse e-mail a ficha. Enviaremos logo em seguida.

Lembrando que as pré-inscrições vão até o dia 21 de fevereiro, e, nos dias 22 e 24 de fevereiro, ocorrerão os testes.

Abraço a todos!

sábado, 23 de janeiro de 2010

PRÉ-INSCRIÇÕES - Coral das Artes Cênicas


Vagas abertas! Seleção para coralistas e instrumentistas do Coral das Artes Cênicas. Interessados podem se inscrever até o dia 21 de fevereiro.

As vagas são para os naipes de soprano, contralto, tenor, barítono/baixo e para instrumentistas. O candidato pode fazer download da ficha de inscrição e fazer pré-inscrição.

Link para baixar Ficha de Inscrição:


Depois de preencher a ficha, basta enviá-la para o email:


A seleção acontecerá nos dias 22 e 24 de fevereiro, a partir das 18:00 horas, na Casa de Artes do IFCE, antigo CEFETCE, que fica na Av. 13 de Maio, 2081. Na audição, o candidato terá que participar de atividades que envolverão música e teatro. Para instrumentistas, especificar na ficha de inscrição o instrumento que toca. O candidato deverá ter disponibilidade de horário para ensaios nos dias de segunda-feira e quarta-feira, das 18:30 às 21:30 horas.

O resultado da seleção será divulgado no dia 1º de março, neste blog (http://coralartescenicas.blogspot.com/).

O Coral das Artes Cênicas surgiu a partir da necessidade de alguns alunos do Curso Superior em Artes Cênicas do CEFETCE, hoje Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), em ter uma participação mais ativa com o canto coletivo. Em seus trabalhos há uma mescla de música, teatro e dança. O Coral tem como diretor geral Aldrey Rocha, pós-graduado em Arte-Educação e estudante do Curso de Licenciatura em Teatro, ambos pelo IFCE, passando também pelo Curso Técnico em Música, pela mesma instituição, e pelo Curso de Extensão em Música, na modalidade de Canto Coral, pela Universidade Federal do Ceará.

A Noiva e o Condutor - CASCADURA (Espaço da ação)


Quando Joaquim canta "Helena, flor de Cascadura", ele não está xingando a amada, não. Está apenas revelando ao público onde ele, seus amigos e sua família vivem e convivem. Saiba mais sobre a história do bairro que é cenário para a ação de "A Noiva e o Condutor".

Cascadura é um bairro de classe média da Zona Norte do Rio de Janeiro. Sua principal característica é a facilidade no transporte. Além do trem, dezenas de linhas de ônibus partem do bairro ou o cortam. Por isso, o bairro além de residencial, serve de passagem pra milhares de pessoas. O comércio, sempre agitado, é uma marca de Cascadura. Entrelaçando-se através de muitas ruas com bairros vizinhos, Cascadura tem limites com o bairro de Madureira, e além deste, também faz divisa com Campinho, Quintino, Praça Seca, Cavalcanti e Engenheiro Leal.

Nome

Maria Graham, em 1824, publicou em Londres um livro com o título “Diário de uma viagem ao Brasil” no qual relata um passeio à fazenda Santa Cruz e faz referência ao local de “Casca d’Ouro”, próximo ao Campinho. Alguns estudiosos dão versão para origem do bairro, dizem que o povo passara a expressão Casca d’Ouro para Cascadura.
Entretanto, o jornalista e historiador Max Vasconcellos, em seu trabalho “Vias Brasileiras de Comunicação”, atribui o nome do bairro ao fato de que, por ocasião dos trabalhos de abertura da estrada de ferro, os operários tiveram grande dificuldades de remover com picaretas a pedreira (cascadura) próxima da estação de trem. No entanto uma outra versão é dada por antigos moradores, sendo o nome uma referência ao antigo Barão Tereré (Região de Minas Gerais), que, fazendo uma visita à Fazenda, por sua natureza arrogante, despertou repúdio dos moradores locais, os quais lhe atribuíram a designação de Casca Grossa, mais tarde sendo modificado para Cascadura. No entanto, todas essas possíveis origens para o nome do bairro não passam de mera especulação, pois a grande verdade é que nunca saberemos ao certo a verdadeira origem.

História

A Avenida Ernani Cardoso (antiga Rua do Campinho) era a principal rua do bairro, por ela se fazendo a entrada do local. Antigamente, existiam algumas fazendas no atual bairro de Cascadura, como a Fazenda do Campinho e a Fazenda do Ferraz – de maior importância.
Pela Rua Ernani Cardoso, sem calçamento, passavam carros de bois, levando cargas e lenhas – combustível imprescindível às cozinhas. Comerciantes traziam produtos hortigranjeiros e outras mercadorias em suas carroças ou lombos de burros. A figura dos mascates – vendedores ambulantes - com peças de fazenda, perfumaria e outras novidades era a mais atraente.
Desenvolvendo-se o bairro, chegaram as escolas. Na Rua Ernani Cardoso é construído o Colégio Primeiro de Julho (onde hoje está a Light) e duas escolas públicas: uma feminina (onde atualmente se encontra a Igreja Metodista) e outra masculina na esquina da Rua Ernani Cardoso com a Rua Mendes Aguiar, rua quase em frente ao atual Clube dos Sargentos e Suboficiais.
A maior atividade para a comunidade da época eram as festas religiosas, quermesses, banda de música e procissões promovidas pelas igrejas Nossa Senhora do Amparo e Nossa Senhora da Conceição.
Em 1858, a Estrada de Ferro Central do Brasil inaugurou o primeiro trecho da Linha Férrea Suburbana até Cascadura, pouco mais de 15km da estação Dom Pedro II (Central do Brasil) e era em Cascadura que funcionava o entreposto de cargas dos trens vindos de São Paulo.
A chegada do trem deu grande impulso a Cascadura e a linhas de bondes, inicialmente puxados por burros, e posteriormente - em 1928 – substituída pela energia elétrica da Light. Os bondes que partiam de Cascadura também chegavam até Cascadura, ou seja, eram pontos de saída e pontos de chegada dos bondes.
O primeiro Hospital de Tísicos do Brasil é o Hospital Nossa Senhora das Dores, que foi construído em 1914, em estilo suíço, com seis pavilhões que até 1965, permaneceu voltado somente para os doentes de tuberculose. Como foi dito anteriormente, este hospital foi o primeiro do Brasil no atendimento aos tuberculosos e, inclusive, na medicina preventiva da doença. Ainda funciona neste local o primeiro elevador de carga do Estado do Rio de Janeiro e, hoje, permanece além do marco histórico, como reserva ecológica de Cascadura, com muitas árvores frutíferas.
Cascadura no passado foi o principal comércio do subúrbio do Rio de Janeiro, tanto que o primeiro supermercado do Brasil foi inaugurado no bairro, prédio no qual, hoje, funciona o Supermercado Vianense na Praça Nossa Senhora do Amparo.

Fonte: Wikipédia.

domingo, 10 de janeiro de 2010

A Noiva e o Condutor - CENA DELETADA


Há músicas que existem para que o personagem a cante, e há personagens que existem para cantar a música. Este último caso aconteceu com o personagem Domingos. Ele e a irmã, Glória, são de uma família de retirantes que vieram de algum lugar do norte/nordeste do Brasil. Inicialmente, o personagem foi inventado para cantar, com a consangüínea, "Vamos Falar do Norte" (música do Bando de Tangarás, grupo formado em 1929 do qual Noel Rosa era integrante).

A cena, originalmente pensada por Aline Campêlo, intérprete de Glória, se passaria durante o ensaio do coral da igreja de Cascadura (bairro que a trama tem como cenário), liderado pela tia de Joaquim. No momento no qual os personagens estão aparentemente sem conflito, esse grande alívio cômico, tinha como pretexto mostrar um elemento que tornaria a aparecer numa cena mais tardia - uma carta de amor de Helena para Joaquim.

No entanto, a cena foi modificada para que apenas os dois irmãos estivessem presentes nela. Isso facilitou a ocorrência dos ensaios entre os atores e, como o grupo pôde observar mais tarde, revela uma intimidade maior entre os personagens. Como recompensa, Domingos teve a oportunidade de estar em outras cenas sem o compromisso de cantar nada.

CENA 7: Josefina está sentada. Entram Glória, Olga, Domingos e Guilherme. Domingos dá um sopapo nas costas de Guilherme, e Glória dá um tabefe no irmão.

Josefina: Calma, jovens. Lembrem-se que você estão na casa do Pai Celestial…

Domingos reagindo ao tabefe de Glória: Ai! Que Diabos!

Josefina: Pois bem, sentem-se. Por favor, menino do lado de menino e menina do lado de menina.

Glória senta entre Olga e Domingos.

Josefina: Bom! Assim está bom. Continuem assim até os trinta anos e nada de mal vai acontecer a vocês. Agora, postura, jovens.

Josefina tenta melhorar a postura de Glória.

Josefina: Fiquem de pé. Peito para fora e barriga para dentro. Olga, menos peito para fora. Muito bem. Vamos à afinação. Lá.

Domingos: Onde?

Josefina: Não. É a nota depois do sol. Lááá…

Glória, Olga, Domingos e Guilherme desafinando: Lááá…

Josefina: Não, juventude de Deus. É lááá…

Glória, Olga, Domingos e Guilherme afinados: Lááá…

Josefina: Bem melhor. Agora, percebo que minhas preces não têm sido em vão. Podem se sentar. Cada um vai me mostrar a música que pesquisou para cantar no coral da missa. Olga, você primeiro.

Olga cantarola a Marcha Nupcial.

Josefina: Ótimo! Para quem é maior de trinta. Não se esqueçam. Sua vez, Guilherme. O que tem para nos mostrar?

Guilherme surpreende Josefina e Olga com a Marcha Fúnebre.

Josefina: Parou! Guilherme, sinto que a sua pobre alma ainda não está em comunhão com o Divino Espírito. Bom, depois dessa é melhor retornarmos para o coração quente dos nossos lares e pagarmos algumas penitências…

Glória: Peraí! E eu e o Domingos? Não vamos cantar por quê?

Josefina: Porque…

Olga: Porque ninguém quer ouvir a sua voz de taquara rachada.

Glória: Pois fique você sabendo que eu e o traste do meu irmão já tivemos nosso próprio show.

Olga: Ah, tá! E eu tenho a minha própria grife: a Olga’s.

Josefina: E no que consistia esse show, jovem abençoada?

Glória: É que nosso pai queria muito que a gente fosse uma dupla de irmãos cantores famosos lá no sertão: Glória & Dom. E ele compôs até uma música pra gente cantar pelas noites dos bares de lá. E, quando a gente cantava, o povo dizia que até a lua sambava.

Josefina: Então nos mostrem esse show, meus anjos celestes.

Os personagens cantam Vamos Falar do Norte.

Josefina: Bravo! Que vozes angelicais! Mas me digam: por que vocês não continuaram a cantar?

Glória: Foi porque o papai desistiu da idéia e trouxe a família toda pro Rio. Mas eu acho que tinha que ser assim mesmo, porque, sem a gente aqui, era capaz de a Helena acabar ficando sem o Joaquim.

Josefina: Como?

Glória: Por falar nisso…

Olga se insinuando para Domingos: Me deu uma vontade de conhecer o sertão agora.

Glória: Larga ele. Domingos, a Helena pediu um favor a você.

Domingos: Qual?

Glória: Leve essa carta e a entregue nas mãos daquele rapaz, o Joaquim.

Domingos: Antes ou depois de eu ler?

Glória: Não é pra você ler, seu estúpido.

Glória sai de cena batendo em Domingos, atrás deles, Olga e Guilherme se flertando e, em seguida, Josefina decepcionada.

Josefina: Livrai-nos do mal, Senhor!

A Noiva e o Condutor - FIGURINO (Quase seria assim)


Nosso figurino, desenhado por Amidete Aguiar, também passou por um momento no qual foi pensado em conjunto. Ela desenhou três modelos para cada personagem: um da década de trinta, outro da década de quarenta e um atual. O grupo optou pela década original de trinta.

Depois disso, cada um ficou responsável por elaborar uma paleta de cores para os figurinos. A idéia inicial da Amidete era que a cor básica para todos fosse o preto e que cada personagem tivesse um adereço de cor única, que o diferenciasse dos demais. Com base nisso, um dos integrantes trouxe a seguinte proposta:


O Aldrey, diretor geral, tinha gostado do efeito da gravata verde de Joaquim sobre a camisa preta e pediu para que a Amidete pensasse naquilo para todos os personagens. Assim, ela decidiu usar, como base, a escala de cinza e dar, a cada personagem, um adereço verde.

Outra montagem




Fotos de uma montagem de "A Noiva do Condutor" de 2005, apresentado no Teatro Sesc - Vila Mariana, pelo Coral Belas Artes, com regência de Eduardo Fernandez e Gisele Cruz e direção de Reynaldo Puebla.

A Noiva e o Condutor - NOMES E SOBRENOMES

Os nomes dos protagonistas de "A Noiva e o Condutor" carregam algum significado histórico?

Helena

Na mitologia grega, Helena (em grego, Ἑλένη – Helénē) era filha de Zeus e de Leda, irmã gêmea da rainha Clitemnestra de Micenas, irmã de Castor e de Pólux e esposa do rei Menelau de Esparta. Quando tinha onze anos foi raptada pelo herói Teseu. Porém seus irmãos Castor e Pólux a levaram de volta a Esparta. Possuía a reputação de mulher mais bela do mundo. Helena tinha diversos pretendentes, que incluíam muitos dos maiores heróis da Grécia, e o seu pai adotivo, Tíndaro, hesitava tomar uma decisão em favor de um deles temendo enfurecer os outros. Finalmente um dos pretendentes, Odisseu (cujo nome latino era Ulisses), rei de Ítaca, resolveu o impasse propondo que todos os pretendentes jurassem proteger Helena e o marido que ela escolhesse, qualquer que fosse. Helena então se casou com Menelau, que se tornou rei de Esparta. Helena teve uma filha com Menelau, Hermíone. Numa viagem a Esparta, Páris encontra a princesa Helena, que está casada com Menelau, irmão de Agamenon, filhos de Atreu, rei de Micenas. Helena e Páris fogem para Tróia; Menelau, Agameon, Aquiles e outros reis juntam-se numa guerra contra Tróia. Em princípio para resgatar Helena e vingar Menelau, mas na realidade com interesses econômicos também.

Joaquim

Jeconias ou Jeoaquin ou Joaquim foi o 19º rei de Judá, e teria 18 anos quando sucedeu seu pai, Jeoacaz, no trono. Nabucodonosor o fez cativo e levou o tesouro do templo e do palácio, para a Babilônia. Lá ele gerou sete filhos, e assim a família real sobrevive, embora que nunca mais ascenda ao trono.

Dr. Henrique

Henrique IV (Goslar, Brunswick, Alemanha 11 de Novembro de 1050 — Liége, Bélgica 7 de Agosto de 1106) foi rei da Germânia desde 1056 e imperador do Sacro Império Romano-Germânico no período de 1084, até abdicar em 1105. Foi o terceiro imperador da dinastia Saliana. Henrique foi o primogênito do imperador Henrique III e da sua segunda esposa Agnes de Poitou e provavelmente nasceu no palácio real de Goslar. Só foi batizado na Páscoa do ano seguinte, de modo que o abade Hugo de Cluny pudesse ser um dos seus padrinhos. Mas, mesmo antes desta cerimônia, durante o Natal, o seu pai exigiu que os nobres presentes à consoada prometessem fidelidade a seu filho. Três anos mais tarde, ainda ansioso de assegurar a sucessão, Henrique III convocou uma assembléia de nobres para elegerem o jovem Henrique como seu sucessor e, a 7 de Julho de 1054, fez com que ele fosse coroado rei da Germânia pelo arcebispo Hermano de Colónia. Desta maneira, quando Henrique III morre repentinamente em 1056, a ascensão do seu filho de 6 anos não teve oposição, ficando sua mãe, a imperatriz Agnes como regente.

Sr. Barbosa/Sra. Bourbon

Barbosa é uma apelido de família da onomástica das línguas portuguesa, castelhana e catalã. O sobrenome Barbosa é classificado como sendo de origem habitacional. "É antiqüíssima, entre as famílias da Espanha, a de Barbosa e, no primeiro século da Coroa Portuguesa, logrou as maiores prerrogativas. Conserva com honra a sua nobreza, podendo, na decadência em que se acha, vangloriar-se de que em toda Espanha e Europa não se acharam muitas famílias que, tanto sem contradição, possam provar a série da sua varonia continuada por mais de mil anos, e será muito rara a família da Espanha que não tenha nas suas veias sangue dos primeiros Barbosa, e nem houve, em Portugal, reinado em que os Barbosa não tivessem pessoas ilustres assim em armas como em letras" - Felgueiras Gaio.

A nobreza da família dos Bourbon data, pelo menos, do início do século XIII, quando o patrimônio dos Bourbon foi assumido por um lorde que era vassalo do Rei da França. Em 1268, Roberto, Conde de Clermont, sexto filho do Rei Luís IX de França, casou-se com Beatriz da Borgonha, herdeira do senhorio de Bourbon. Seu filho, Luís, tornou-se Duque de Bourbon em 1327. A linhagem de seus herdeiros foi desapossada do ducado em 1523 em função da traição do Duque Charles III, mas a linhagem de La Marche-Vendôme adquiriu o Ducado de Vendôme. A ramificação Bourbon-Vendôme tornou-se a casa real governante primeiro do Reino de Navarra em 1555 e da França em 1589, quando Henrique III de Navarra tornou-se Henrique IV, Rei da França.

Fonte: Wikipédia.

A Noiva e o Condutor - SHOW BAR


Na terça-feira, dia 19 de janeiro, A Noiva e o Condutor estreará o seu formato experimental para bares. A opereta retorna às suas raízes, resgatando a estética radiofônica. A história de Helena e Joaquim assumirá, nessa apresentação, o status de radionovela e contará com a presença de um locutor, intervalos comerciais e programas dirigidos pelos próprios personagens da história. Quem vai se recusar a suspirar com a noiva e torcer pelo seu final feliz com o destemido condutor?

Dia 19 de janeiro (terça-feira)
Às 20:30 horas
No Entre Amigos
(Rua Prof. Dias da Rocha, 811 - Aldeota)

A Noiva e o Condutor


A revista musical "A Noiva do Condutor", composta por Noel Rosa entre 1935 e 1936 para a Radioclube do Brasil, trata-se de uma obra brejeira, engraçada, que retrata com perfeição a sociedade e os hábitos cariocas na década de 30.

No início de 2009, o Coral das Artes Cênicas decidiu tomar a responsabilidade de dar vida a essa obra de um jeito próprio. Quem conhece a trama original, sabe que os personagens criados por Noel foram apenas quatro: Helena (a noiva), Joaquim (o condutor), Dr. Henrique (o sogro do condutor) e Sr. Barbosa (o pai de Joaquim e elemento surpresa na revista).

Helena, bela filha de um pai zeloso, se apaixona por Joaquim, jovem garboso que se diz advogado e bem de vida. O pai não está muito de acordo com este namoro, mas ao ver a filha tão apaixonada, consente no noivado, evitando assim que os vizinhos bisbilhotem e façam mexericos a respeito do casal. Os problemas surgem quando Helena e seu pai tomam um bonde, o principal meio de transporte coletivo da década de 30 no Rio de Janeiro. Descobrem que Joaquim é o condutor - e não o advogado de carreira ascendente que dizia ser. Helena jura nunca mais vê-lo. Joaquim tenta por todos os meios recuperar este amor, declarando que sem ela não pode viver. A história começa a caminhar para um final infeliz quando chega o pai de Joaquim, um rico banqueiro. Ele explica a situação do filho, que saiu de casa após um desentendimento familiar e arrumou emprego de condutor para sobreviver. Em favor de Joaquim, explica que realmente ele estava apaixonado por Helena, com quem insistia em se casar. O regozijo e a reconciliação são gerais.

Logo depois que o elenco teve o primeiro contato com o material original, houve uma discussão sobre o que mudar no enredo. Não para mudá-lo em sua essência, mas para traduzi-lo ao século XXI. A história continuou a mesma, mas, desta vez, ela levaria mais tempo para chegar à sua conclusão, já que outras coisas estariam acontecendo em paralelo às trocas de elogios e ofensas entre Helena e Joaquim. E não foi ali que o espetáculo ficou pronto. Aldrey Rocha, o diretor geral, se utilizou muito dos jogos teatrais e de improvisações com os atores. Muito detalhe foi nascendo desses exercícios, inclusive de composição de personagens.

Como este coral é formado por atores em processo constante de aperfeiçoamento musical (e teatral também), foi resolvido que o máximo de integrantes participariam do enredo que se desfecha no casamento de Helena e Joaquim. Com isso, a história do casal ganhou vários coadjuvantes inéditos. São eles o trio de amigas que compartilham das expectativas da heroína (desta vez, não tão romântica), a protetora mãe do jovem advogado (substituindo, aqui, a figura paterna de Barbosa, que para os mais desatentos poderá ser vista como uma espécie de vilã), a tia carola de Joaquim (sempre se opondo a presença forte da irmã), o jovem e apaixonado trabalhador vindo do norte (que faz alusão ao grupo Bando de Tangarás, ao qual Noel Rosa pertenceu), entre outros tipos que permeam a opereta.

E, é claro, assim como os personagens, músicas novas foram acrescentadas a esta versão. Todas da autoria de Noel Rosa, à exceção de "Vamos Falar do Norte", canção do Bando de Tangarás. Aqui, também estão presentes o sucesso "Com Que Roupa?", e a melodia de "Pra Que Mentir" dedilhada no violão.

Outra novidade é que a comicidade, que antes era sugerida no texto original (mais presente nas músicas do que no texto propriamente dito), rege todo o clima do espetáculo. É possível dizer que o humor, nesta adaptação, está competindo, num duelo de espadas, com o sentimento da paixão exalado pelos implícitos três casais do espetáculo.

Só falta, agora, pegar o próximo bonde para poder conferir o resultado da mistura entre um dos maiores gênios da música brasileira e um grupo de atores estudantes de canto: "A Noiva e o Condutor".

Helena

Joaquim

Dr. Henrique

Henriqueta Macêdo Façanha Bourbon

Habitantes de Cascadura